Saturday, 10 September 2011

magritte: trucks

fonte: TRUCKS
http://www.truks.com.br/espet_cachimbo.php


 ISTO NÃO É UM CACHIMBO



Livremente inspirado na obra do pintor belga René Magritte, a peça dá vida às imagens deste grande mestre surrealista, e leva o nome de sua mais célebre pintura: “Isto não é um Cachimbo”, inscrição que acompanha a imagem de um cachimbo, e que é a própria essência do que entendemos do Teatro de Animação – Retiramos do centro da cena o ator de carne e osso, e colocamos em seu lugar a matéria, a coisa, que pode ser, ou não ser, ou ser sendo outra coisa...





Através do sempre rigoroso apuro técnico da Cia Truks, figuras intrigantes saem das telas de Magritte para ganhar o palco, em cenas de forte impacto visual e conceitual: Um velho homem, cujo peito é uma gaiola, despede-se da vida; uma camisola ganha vida e reflete as dores da alma de sua dona, uma família de mortos vivos a esperar na sacada, um homem às voltas com a idéia de tirar a própria vida, resolve trocar de cabeça, entre outras passagens deste espetáculo repleto de belas imagens e muita poesia.

“Isto Não é um Cachimbo”, assim como as imagens de René Magritte, não deve ser traduzido em palavras, e nem compreendido de forma racional. Se assim fosse, seria um texto verbal compreensível, com início, meio e fim, e não um espetáculo sem palavras, feito apenas de imagens. Procuramos, talvez mais, tocar os sentidos. Um suave mergulho no oceano do inconsciente.



TEATRO DE ANIMAÇÃO INSPIRADO NA OBRA DE RENÉ MAGRITTE

O espetáculo “Isto Não é Um Cachimbo” é uma obra de Teatro de Animação sem palavras, destinada ao público adulto, inteiramente inspirada na obra do pintor belga René Magritte (1898 – 1967), um dos grandes nomes do Surrealismo, movimento das artes que propõe uma forma de “ruptura” com o retrato da realidade, através da expressão artística da pura fantasia, ou do inconsciente humano.

A peça se utiliza de diversas imagens, extraídas das obras de René Magritte, que, por assim dizer, ganham vida no palco, deixando sua condição estática para se transformarem em “disparadores” de situações cênicas por vezes puramente dramáticas, ora críticas, ora poéticas, que acontecem a partir da utilização de rebuscadas técnicas do Teatro de Animação. Assim revelamos nossas leituras, comentários ou simples versões de algumas das imagens consagradas pelo artista. Utilizamos a proposta imagética de Magritte como ponto de partida de nossa expressão cênica e, entre outros exemplos, damos vida a uma família de túmulos em uma sacada, a uma camisola que expressa a vida como se fora a alma de sua dona, e, ainda, entre outras cenas, a um velho homem cujo peito é uma gaiola de onde alçam vôo suas memórias, no momento de despedir-se da vida.







A Cia. Truks, assim, alcança, com este projeto, o que considera NOVO no teatro. Temos nos inquietado com a força cada vez maior da palavra sobre o palco, a contar fatos que, em verdade, poucas vezes, acontecem em cena. O teatro, nos parece, está ele também caindo numa perigosa rede que faz da palavra instrumento único de compreensão e percepção do mundo e da vida. De fato, estamos mergulhados em um tempo em que os demais sentidos pouco representam. Não mais percebemos a vida pelas sensações. Estamos cada vez mais racionalizados e racionalizantes, e as artes cênicas, em poucas exceções, não fogem deste quadro. É por isso que encontramos, na obra surrealista de René Magritte, o “disparador” de uma nova possibilidade que está em plena conjunção com a arte do Teatro de Animação. Este tipo de teatro não pode centrar-se na força da palavra. Um boneco, ou objeto animado, jamais terá a força de um ator, ao proferir a palavra. O ator move dezenas de músculos da face, ao falar, enquanto o boneco terá um ou dois músculos para mover, quando muito bem confeccionado e projetado. Ou seja, o universo da palavra não pertence ao boneco. No entanto, o universo, infinito, da “plausibilidade”, é lugar do boneco ou objeto animado. Para ele, não há limites da física, não há forma definida para um corpo. Tudo pode ser... Tudo pode vir a ser, tudo pode ser transformado, assim como na obra de Magritte, um cachimbo pode vir a ser qualquer coisa além do próprio cachimbo. Vemos, portanto, uma possibilidade encantadora de produzir algo novo, único nas artes cênicas. Um espetáculo que materializa imagens do inconsciente humano, que exagera as criaturas, transfigurando-as a ponto de sua imagem, por si só, poder dizer muito mais do que quaisquer palavras fariam.


4 comments:

Eliana f.v. - Li Andorinha - said...

Que legal esse espetáculo Mi...deve ser bem interessante assistir ao vivo! Eu adoraria assistir!
Grata Mi, boa noite...bom soninho...
um delicioso amanhecer!

beijinhos canto-encanto de passarinho
da Li

mimi sato said...

verdade, li... deve ser bárbaro ver ao vivo

nem sabia deles, foi um amigo q me mandou o vídeo. dai fui fuçar e achei tantas coisas...

magritte é mesmo transversal, imortal e genial.

isso vai dar outra poesia...

Eliana f.v. - Li Andorinha - said...

gosto de te ver inspirada assim...risos...Adoro...

magritte transversal,
imortal e genial
além da compreensão
infinito encanto
eterna inspiração
embriaguês surreal

beijinhos+abraço+carinho da Li

mimi sato said...

um doce beijo, querida poeta
com sabor magritte

obrigada por tudo, li
*

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