fonte - o eco
http://www.oecoamazonia.com/br/artigos/9-artigos/374-inia-o-sorriso-rosado-debaixo-dagua
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10 de Janeiro de 2012
Conta a lenda dos indígenas da Amazônia que, pelas noites, os botos se convertem em belos homens que seduzem mulheres jovens que jamais regressam à comunidade. Assim como acontece no Brasil, muitos povos da Bolívia também acreditam que esses rosados e misteriosos animais têm poderes mágicos inexplicáveis, crenças que inclusive hoje em dia são compartilhadas por etnias de diferentes culturas e línguas como os Araona, Baure, Chimán, Ese'Ejja e Mosetén.
Essas e outras lendas envolvem o único boto boliviano de rio, o Inia boliviensis, espécie endêmica que só se encontra na Bolívia e que até pouco tempo atrás era considerada subespécie do Inia geofrensis, que habita os rios da Amazônia brasileira.
As cachoeiras do rio Madeira, no Brasil, a poucos quilômetros de onde confluem os rios Mamoré e Beni, no estado que também se chama Beni, isolam o animal em águas bolivianas, possibilitando sua evolução como espécie com características diferentes dos botos dos rios Amazonas e Orinoco.
Curioso, amigável e brincalhão, estas são algumas das características deste simpático cetáceo, criatura que esconde por trás de seu peculiar e rosado sorriso – com sons similares às risadas de uma criança brincando em um parque – comportamentos muito parecidos aos dos humanos, algo que não deixa de surpreender a ciência. Recentes estudos científicos demonstram que os machos namoram suas fêmeas dando-lhes presentes como galhos, pedras e montões de barro que levam em sua boca e logo espalham pela água. Uma incrível mostra de romantismo animal.
Ameaças para sua conservação
Atualmente, o estado de conservação do boto na Bolívia é preocupante. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) o declarou como espécie vulnerável, o que o coloca na extensa lista de animais bolivianos em risco.
Essas e outras lendas envolvem o único boto boliviano de rio, o Inia boliviensis, espécie endêmica que só se encontra na Bolívia e que até pouco tempo atrás era considerada subespécie do Inia geofrensis, que habita os rios da Amazônia brasileira.
As cachoeiras do rio Madeira, no Brasil, a poucos quilômetros de onde confluem os rios Mamoré e Beni, no estado que também se chama Beni, isolam o animal em águas bolivianas, possibilitando sua evolução como espécie com características diferentes dos botos dos rios Amazonas e Orinoco.
Curioso, amigável e brincalhão, estas são algumas das características deste simpático cetáceo, criatura que esconde por trás de seu peculiar e rosado sorriso – com sons similares às risadas de uma criança brincando em um parque – comportamentos muito parecidos aos dos humanos, algo que não deixa de surpreender a ciência. Recentes estudos científicos demonstram que os machos namoram suas fêmeas dando-lhes presentes como galhos, pedras e montões de barro que levam em sua boca e logo espalham pela água. Uma incrível mostra de romantismo animal.
Ameaças para sua conservação
Atualmente, o estado de conservação do boto na Bolívia é preocupante. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) o declarou como espécie vulnerável, o que o coloca na extensa lista de animais bolivianos em risco.
Uma de suas piores ameaças é mineração, que polui os rios onde o boto habita. O mercúrio contamina seu frágil e delicado organismo, o que ocasiona morte em curto prazo. Outro problema grave é o assoreamento dos rios, produto do desmatamento, o que afeta sua área de distribuição.
Os efeitos das mudanças climáticas, como as secas prolongadas, são também um motivo de preocupação para o Inia, já que provoca mudanças dos leitos dos rios, aprisionando algumas vezes os botos que ali estão. Em 2010, 20 foram resgatados no rio Pailas, estado de Santa Cruz, depois de ficarem presos em uma determinada região. Só não morreram porque contaram com a ajuda do governo de Santa Cruz, equipes de resgate, biólogos e dezenas de voluntários.
O Inia boliviensis tem sofrido com as muitas pressões sobre o ambiente em que vive. É uma espécie endêmica que, para continuar existindo, precisa justamente do apoio da mesma raça humana que, neste momento, colabora com seu desaparecimento.
Os efeitos das mudanças climáticas, como as secas prolongadas, são também um motivo de preocupação para o Inia, já que provoca mudanças dos leitos dos rios, aprisionando algumas vezes os botos que ali estão. Em 2010, 20 foram resgatados no rio Pailas, estado de Santa Cruz, depois de ficarem presos em uma determinada região. Só não morreram porque contaram com a ajuda do governo de Santa Cruz, equipes de resgate, biólogos e dezenas de voluntários.
O Inia boliviensis tem sofrido com as muitas pressões sobre o ambiente em que vive. É uma espécie endêmica que, para continuar existindo, precisa justamente do apoio da mesma raça humana que, neste momento, colabora com seu desaparecimento.
Eduardo Franco Berton é assessor jurídico da Natura Bolívia, organização apoiada pela Fundação Avina, com atuação na Amazônia e membro da Aliança Regional Amazônica (ARA). |
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