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Monday, 11 September 2017

V Conferência Infanto- juvenil pelo Meio Ambiente

V Conferência Infanto- juvenil pelo Meio Ambiente V CIJMA
Vamos cuidar do Brasil cuidando das águas
http://portal.mec.gov.br/pnaes/194-secretarias-112877938/secad-educacao-continuada-223369541/17455-conferencia-infanto-juvenil-pelo-meio-ambiente-novo

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Em MT, aos cuidados de Déborah Moreira:
65 3615 8443


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OUTRAS INFORMAÇÕES
Ministério da Educação - MEC
http://portal.mec.gov.br/pnaes/194-secretarias-112877938/secad-educacao-continuada-223369541/17455-conferencia-infanto-juvenil-pelo-meio-ambiente-novo

ver histórico em:
http://conferenciainfanto.mec.gov.br/


Conferência Infanto- juvenil pelo Meio Ambiente

    Objetivo:
    O objetivo da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) é pedagógico e busca apoiar as Secretarias Estaduais, Municipais e Distrital de Educação na promoção da participação social. Incentiva a mobilização e a ação sobre a dimensão política e social da questão ambiental, bem como a sua inserção e apropriação pelos sistemas de ensino nas dimensões de gestão, currículo e infraestrutura das unidades escolares.
    Ações:
    • Realização das etapas preparatórias para a Conferência Nacional, que incluem a formação de professores e conferências nas escolas do ensino fundamental.
    • Disponibilizar materiais de referência para todas as escolas de ensino fundamental a fim de subsidiar o processo de debate e mobilização dos(as) estudantes nas etapas da CNIJMA;
    Como Acessar:
    As Secretarias de Educação dos Estados e Distrito Federal devem, aguardar convocação da CNIJMA pelo Ministério da Educação e incluir esta ação no Plano de Ações Articuladas Estadual (PAR) para apoio a realização das conferências.

    Documentos:
    • Relatório Final da I Conferência Infanto- juvenil pelo Meio Ambiente, 2003;

    Tuesday, 3 December 2013

    Envolver em vez de se “des-envolver”

    IHU

    http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5288&secao=433

    Envolver em vez de se “des-envolver”

    Michèle Sato, professora e pesquisadora, aposta na educação ambiental e na relação com as populações ribeirinhas para garantir um meio ambiente equilibrado

    Por: Ricardo Machado | Colaborou: Leonardo Maltchik

    Professora e líder do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte – GPEA, Michèle Sato aborda a Educação Ambiental junto às populações das áreas úmidas, ressaltando que historicamente esses grupos respeitam o ritmo e a dinâmica ecológica. Entretanto, os povos ribeirinhos são os mais vulneráveis às mudanças climáticas ocasionadas pelo efeito estufa, pois isso gera impactos diretos na vida das populações. “É preciso debater mais a noção de ‘des-envolvimento’ e toda a noção de progresso que realmente deixa de envolver a sociedade e o ambiente, focando apenas na economia. O desenvolvimento sustentável, ainda que ostente uma face ambiental, continua sendo o velho capitalismo, agora maquiado de um novo chavão que é repetido sem reflexão crítica, como se fosse a única verdade das diversas identidades pulsantes no mundo. Para além do desenvolvimento, estamos precisando de mais envolvimento”, avalia Michèle Sato, em entrevista por e-mail àIHU On-Line.
    Quanto à biodiversidade, a pesquisadora aponta que as áreas úmidas pantaneiras são ricas em biodiversidade aquática, no entanto diversas degradações ameaçam esses locais. “O uso exagerado de agrotóxico, por exemplo, pode contaminar os lençóis freáticos ou nascentes de água, pondo em risco não apenas o local, mas toda a complexidade global, uma vez que o ambiente não enxerga a fronteira cartográfica inventada pelos humanos”. O papel da educação ambiental, neste contexto, é “trazer o diálogo socioambiental, aliando cultura e natureza neste campo pedagógico capaz de fazer emergir a educação como mola propulsora das transformações socioambientais”, pondera.
    Michèle Sato possui licenciatura em Biologia pela Universidade de Santo Amaro - Unisa, mestrado em Filosofia pela University of East Anglia, doutorado em Ciências na Universidade Federal de São Carlos - Ufscar e pós-doutorado em Educação pela Université du Québec à Montréal. É docente associada ao Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT e líder do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte - GPEA, além de colaboradora em várias outras universidades nacionais e estrangeiras. Colabora nas comissões editoriais de diversos periódicos e é articuladora de diversas redes potencialmente ambientais. Possui várias experiências nacionais e internacionais e é membro do Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso.
    Confira a entrevista.

    IHU On-Line – Como podemos pensar a relação entre o humano e as áreas úmidas da Amazônia e do Pantanal, seu uso e o desenvolvimento das comunidades no contexto histórico?
    Michèle Sato – Historicamente, as populações das áreas úmidas possuem uma intrínseca ligação da cultura com a natureza, onde as expressões humanas se conjugam com o ritmo e a dinâmica ecológica. Há um vasto mundo de signos, crenças e mitologia emanado de uma epistemologia ambiental. Em outras palavras, há um saber chamado “tradicional” que, como as ciências, busca responder aos fenômenos naturais e culturais, tirando sustento, acumulando experiências, gerando movimentos de sobrevivência e ainda revelando a subjetividade como elemento pedagógico de geração a geração, como religião, fé, mitos, “causos e assombrações” na construção da felicidade local.

    IHU On-Line – Como as comunidades ribeirinhas na Amazônia e no Pantanal convivem com seu hábitat alagadiço? Como fica a questão da preservação ambiental?
    Michèle Sato - Há vários estudos técnicos sobre as populações ribeirinhas, com foco na mitigação ecológica , expressões etnográficas, condições geográficas ou situações sociológicas. Cada qual verá as populações vivendo nestes locais de acordo com seus olhares e teorias. Mas creio que todos são unânimes em denunciar as bruscas mudanças ambientais que afetam a cultura desta gente de maneira muito injusta. No caso da mudança climática, por exemplo, não se trata de enfatizar o mercado de carbono  ou evocar a tendenciosa economia verde , mas sobretudo tentar compreender de que maneira estes povos vulneráveis podem sobreviver no enfrentamento da mudança do clima. E, na medida do possível, atuar junto com eles para que uma pedagogia ambiental possa alicerçar os modos de vida.

    IHU On-Line – Que especificidades têm o uso humano nas áreas úmidas para outros tipos de biomas?
    Michèle Sato – Há várias diferenças entre estes mundos secos e úmidos, e os próprios locais chamados úmidos também vivem a época da secura. Há uma dinâmica ecológica diferenciada em cada região, demarcada pelas espécies vegetais e animais, pelo clima ou por diversos outros fatores de distinção entre uma área e outra. Por isso, é de vital importância que as políticas públicas consigam enxergar a regionalidade de cada território, ao invés de homogeneizar todas como se fossem iguais. O conceito de áreas úmidas surgiu oficialmente em 1971, durante a Convenção de Ramsar , cidade do Irã que sediou o evento para o debate internacional das áreas úmidas. Há uma comissão internacional de Ramsar com os principais especialistas mundiais, e este ano foi criado um braço chamado “Cultura”, que dá pistas notáveis de como é importante considerar o humano nos processos de proteção ambiental. Esta rede cultural veio da necessidade de alertar os cientistas de que não é mais possível fazer estudos fragmentados das áreas úmidas sem considerar as relações humanas que delas fazem parte.

    IHU On-Line – Quais os principais riscos da interferência humana nas áreas alagadas?
    Michèle Sato – As áreas úmidas são frequentemente consideradas zonas de transição de um ecossistema para outro. Os cientistas têm chamado estas áreas de “ecótono” , que é bastante rico do ponto de vista ecológico, já que agrega elementos de duas paisagens, na mistura das vidas de um ecossistema e outro. Simultaneamente, é também o local de maior estresse energético, gerando competições, adaptações e processos de resiliência, isto é, de que maneira uma espécie se adapta ao território. São áreas ricas em biodiversidade aquática, na exuberância da paisagem que a água traz. Mas há várias degradações que ameaçam estas áreas: o uso exagerado de agrotóxico, por exemplo, pode contaminar os lençóis freáticos ou nascentes de água, pondo em risco não apenas o local, mas toda a complexidade global, uma vez que o ambiente não enxerga a fronteira cartográfica inventada pelos humanos. A interconectividade do ambiente é ameaçada com ações humanas que provocam a violência socioambiental, já que um impacto ambiental traz consequências sociais drásticas. Assim, é importante ressaltar que toda vez que temos um impacto ambiental, as consequências recaem sobre os grupos sociais vulneráveis, sem condições de defesa.

    IHU On-Line – Qual o papel da educação ambiental neste contexto? Em que medida ela se torna um fator fundamental para a preservação ambiental?
    Michèle Sato – Em primeiro lugar, potencializar a educação ambiental em seu caráter político, não meramente comportamental ou intuitivo. Claro que são dimensões interessantes, mas ousar processos que promovam mudanças é mais emergencial. Neste contexto, trazer o diálogo socioambiental, aliando cultura e natureza neste campo pedagógico capaz de fazer emergir a educação como mola propulsora das transformações socioambientais. Retirar o caráter ingênuo da educação implica dizer que ela pode debater a problemática dos resíduos sólidos inscrita numa dimensão do consumo, dos modelos de desenvolvimento e das orientações econômicas que geram os resíduos. Neste contexto, será impossível promover a educação ambiental apenas por meio da coleta seletiva ou de oficinas de reutilização do lixo, mas, principalmente, haverá um debate sobre as injustiças e desigualdades que promovem a geração de resíduos.

    IHU On-Line – Considerando uma perspectiva mais focada nas áreas úmidas, de que maneira a educação pode ajudar no convívio mais harmônico das comunidades próximas às áreas alagadas com a biodiversidade local?
    Michèle Sato – Especificamente no caso das águas, as populações ribeirinhas sabem conviver bem com a natureza. Historicamente sempre houve um equilíbrio entre as ações humanas destes grupos sociais mais vulneráveis e a natureza. O que desequilibra e traz danos ambientais não são as populações, senão o capital disfarçado de sustentabilidade: o agronegócio, a usina hidrelétrica, a indústria madeireira ou outro setor mercadológico que promove o trabalho escravo e prejudica o ambiente. A educação ambiental, neste contexto, tem o papel dos ensinamentos de Paulo Freire : aprendemos a mapear os opressores e lutamos contra as forças negativas à nossa libertação. Não promovemos uma educação só de ensinamentos, senão de diálogos. Não mais uma educação ambiental ingênua de abraçar árvores, mas também aquela política, de ter coragem de assumir a não neutralidade educativa e aprender coletivamente contra quem fazemos, pensamos e sentimos a educação ambiental.

    IHU On-Line – Em que medida os danos causados ao meio ambiente surgem do desconhecimento de que tais práticas são prejudiciais? Como avançar nesse processo?
    Michèle Sato – De minha experiência pessoal, muito se conhece sobre danos e prejuízos ambientais. O que não se conhece ainda é como frear a ganância de lucrar, minimizando os lucros para maximizar os bens socioambientais. Creio que novas alternativas econômicas podem ser possíveis, como a economia solidária, popular ou alternativa a este capitalismo tardio que avassala a natureza, a cultura e a dignidade humana. É preciso debater mais a noção de “des-envolvimento” e toda noção de progresso que realmente deixa de envolver a sociedade e o ambiente, focando apenas na economia. O desenvolvimento sustentável, ainda que ostente uma face ambiental, continua sendo o velho capitalismo, agora maquiado de um novo chavão que é repetido sem reflexão crítica, como se fosse a única verdade das diversas identidades pulsantes no mundo. Para além do desenvolvimento, estamos precisando de mais envolvimento.

    IHU On-Line – Quais são os desafios postos à educação ambiental? Como interagem os saberes acadêmicos e das comunidades de regiões alagadas?
    Michèle Sato – Na Universidade Federal de Mato Grosso, o Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte  vem aliando pesquisa acadêmica com militância política, abraçando a produção científica nas malhas da educação popular. Tornamo-nos sujeitos de pesquisa junto com os comunitários, dialogando saberes, tecendo redes de debates e buscando, junto com eles, construir as políticas públicas que possam garantir dignidade de vida. Temos promovido formação, fórum de debate e produzido alguns materiais educativos que levam a assinatura dos comunitários junto conosco. Longe de ser prescritivo e fechado como as cartilhas, produzimos materiais no substrato da sabedoria deles, aliando escola e comunidade. São aprendizagens coletivas emanadas de muitos diálogos éticos entre os mundos acadêmicos e populares.

    IHU On-Line – De que maneira a questão da educação ambiental, especificamente no que se refere à questão das áreas úmidas, pode se tornar uma pauta pública de destaque na agenda nacional? Por que ela deveria ser debatida amplamente?
    Michèle Sato – Há várias maneiras de se compreender o que seja educação ambiental. O que percebo é a magnitude política dos diálogos de saberes que vazam do controle das ciências e incidem no conhecimento que as comunidades possuem sobre o mundo. Nesta envergadura, a educação ambiental deixa de ser uma prática ingênua e reveste-se de uma dimensão transformadora. Reinventa a paixão, faz a transgressão contra os sistemas de regras rígidas e tenta promover a justiça socioambiental. Considera o ambiente e a sociedade humana entrelaçados, sem hierarquizar um polo. Rompendo com este dilema do antropocentrismo ou do biocentrismo, cria uma horizontalidade de potencial de vida, num ciclo permanente de aprendizagens.

    IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
    Michèle Sato – Na primeira vez que fui ao Pantanal típico de áreas alagadas, atravessei o local com barco, num território úmido de barro, água e esbanjamento líquido que inundava não apenas meus pés, mas também a alma. Junto com cinco homens do Pantanal de São Pedro de Joselândia, fomos observar a feitura de uma canoa, desde a escolha da árvore até a feitura final. Manoel de Barros  jorrava em suas palavras a imensidão da água daquele lugar. Descobrimos, assim, que a canoa não seria meramente um objeto de mobilidade, mas também da arte, na legítima expressão identitária da cultura pantaneira. Alguns meses se seguiram e, no novo reencontro do local, os corixos  que ali serviam de impulso das canoas estavam totalmente secos, transformados em ruas empoeiradas, e outros meios de transporte esparramavam-se na comunidade. Em cada casa visitada, um santuário católico se misturava no labirinto cotidiano de uma gente sofrida que carece de políticas públicas mais fortalecidas, mas que jamais perde sua fé na vida. Entre os seres encantados que habitam as águas e os sonhos da educação ambiental, há muito para se dialogar saberes, ensinando e aprendendo juntamente com as comunidades na travessia da educação popular. É inútil insistir somente nas ciências. A poesia emanada daquele lugar é um convite para se pensar, fazer e, sobretudo, sentir a vida transbordante do Pantanal.

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    Saturday, 30 November 2013

    BAUMAN, BOURDIEU e ELIAS (52 obras): para download

    revista biografia
    http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com.br/2013/11/bauman-bourdieu-e-elias-52-obras-para.html


    BAUMAN, BOURDIEU e ELIAS (52 obras): para download [Revista Biografia]

    BAUMAN, BOURDIEU e ELIAS (52 obras): para download


    Complementando a lista o pessoal doArquivo Kronos disponibilizou para download, via Google Drive e Torrent, uma lista inédita com 52 obras BAUMAN,BOURDIEU ELIAS.

    Aproveitamos para dizer que, aos que não sabem, é necessário instalar um programa em seu computador caso queiram baixar via Torrent. O referido programa está disponível neste link:http://www.baixaki.com.br/download/utorrent.htm .

    Ao instalá-lo, atente-se para não clicar em sidebar e em outros programas desnecessários que podem deixar sua máquina lenta. Se já tiverem o programa é só clicarem em "Get This Torrent" lá no site do Pirate Bay. Outra opção é baixar pelo Google Drive, sem precisar de programas, só que mais demorado, apenas uma obra de cada vez.

    Clique nos links abaixo e terão acesso aos arquivos:

    Boa leitura!

    Google Drive: 

    https://drive.google.com/folderview?id=0B4UG_F2QeFUlZEhiQnJWYWI0Qkk&usp=sharing
    uTorrent: 


    BAUMAN, Z. A arte da vida
    BAUMAN, Z. A fragilidade dos laços humanos
     
    BAUMAN, Z. Amor Líqüido
    BAUMAN, Z. A liberdade
    BAUMAN, Z. A sociedade individualizada
    BAUMAN, Z. Capitalismo parasitário
    BAUMAN, Z. Comunidade
    BAUMAN, Z. Confiança e medo na cidade
    BAUMAN, Z. Em busca da política
    BAUMAN, Z. Ensaios Sobre o Conceito de Cultura
    BAUMAN, Z. Ética pós-moderna
    BAUMAN, Z. Et al. O Papel da Cultura nas Ciências Sociais
    BAUMAN, Z. Globalização e as consequências humanas
    BAUMAN, Z. Identidade - entrevista a Benedetto Vecchi
    BAUMAN, Z. La Cultura como Praxis
    BAUMAN, Z. La sociedad sitiada (em espanhol)
    BAUMAN, Z. Legisladores e Intérpretes
    BAUMAN, Z. Medo Líquido
    BAUMAN, Z. Modernidade e Ambivalência
    BAUMAN, Z. Modernidade Líquida
    BAUMAN, Z. Modernidade e Holocausto
    BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade
    BAUMAN, Z. Por uma Sociologia Crítica
    BAUMAN, Z. Tempos líquidos
    BAUMAN, Z. Vida a crédito
    BAUMAN, Z. Vida Para Consumo
    BAUMAN; MAY. Aprendendo a pensar com a sociologia

     
    BOURDIEU, P. A Dominação Masculina
    BOURDIEU, P. A ilusão biográfica
    BOURDIEU, P. As regras da arte
    BOURDIEU, P. Coisas Ditas
    BOURDIEU, P. Escritos da educação
    BOURDIEU, P. Homo Academicus
    BOURDIEU, P. Lições da Aula
    BOURDIEU, P. Meditações Pascalianas
    BOURDIEU, P. O poder simbólico
    BOURDIEU, P. Os Usos Sociais da Ciência
    BOURDIEU, P. Para uma Sociologia da Ciência
    BOURDIEU, P. Questões de Sociologia
    BOURDIEU, P. Razões Práticas - Sobre a Teoria da Ação
    BOURDIEU, P. Sociologia

     
    ELIAS, N. A Condição Humana
    ELIAS, N. A peregrinação de Watteau à Ilha do Amor
    ELIAS, N. A sociedade de corte
    ELIAS, N. A sociedade dos indivíduos
    ELIAS, N. O processo civilizador, vol. I: uma história dos costumes
    ELIAS, N. O processo civilizador, vol. II: formação do estado e civilização
    ELIAS, N. Os alemães
    ELIAS, N. Sobre o tempo
    ELIAS, N. Teoria Simbólica

     
     


    Nota: A Revista Biografia não possui os arquivos hospedados em seu banco de dados. Apenas divulgamos os links presentes em outras páginas na internet. Se, porventura, a publicação ferir direitos autorais, nos comunique que ela será, imediatamente, retirada do site.

    Friday, 22 November 2013

    roda de chimarrão: arte e educação ambiental

    roda de chimarrão: arte e educação ambiental
    com Alfredo Martin, FURG & Michèle Sato, UFMT

    29/11/13 - 15h
    educação ambiental da FURG


    charge: Wagner Passos 
    (que defende seu mestrado em cartum e humor gráfico na educação ambiental)


    Tuesday, 5 November 2013

    Michele Sato - VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental


    Michèle Sato
    VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental
    Salvador/BA
    Março - 2012




    http://youtu.be/VBjkTgenY0s
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    Wednesday, 9 October 2013

    homenagem CORA CORALINA


    Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação (ANPEd) e
    Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI)

    Prestam homenagem CORA CORALINA à

    Professora Michèle Sato
    Por sua valiosa contribuição à educação com inclusão social.

    Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas (...) E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina (Cora Coralina).

    36ª Reunião Nacional da ANPEd – 2013



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    Saturday, 16 February 2013

    [Michèle Sato (Brasil)] XX Jornadas ASPEA Leiria - PORTUGAL 2013

    XX JORNADAS DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (ASPEA)
    janeiro 2013: Leiria, Portugal

    conferência de encerramento: sociedades sustentáveis

    http://youtu.be/tuDsUJ0F4UQ

    [Michèle Sato (Brasil)] XX Jornadas ASPEA Leiria - PORTUGAL 2013

    Wednesday, 13 February 2013

    O que não nos mata, nos fortalece


    centro burnier
    http://centroburnier.com.br/wordpress/?p=3971


    O que não nos mata, nos fortalece

    Por Michèle Sato
    Era inverno na Europa e Portugal se revelava mais fria do que das últimas vezes que lá estive. O céu escuro me dava certeza de que o centro-oeste brasileiro estava distante um oceano inteiro. Em ritmo de sol nictêmero, chuva e vento marcavam o frio que me obrigava a usar diversas roupas no incômodo do movimento, mas simultaneamente no prazer do frio incomum de quem vive num clima totalmente tropical do lado de baixo do Equador.
    Dois eventos marcaram o mês de janeiro nas terras da lusofonia. O primeiro evento denominado “Earth Condominium[1]” foi organizado pela Quercus, uma organização não governamental ambientalista (ONGA), que possui enorme respeitabilidade em Portugal. Entre seus diversos projetos, eles lançavam mais uma proposta econômica ao planeta. Ancorado nas leis espanholas que permitem que um condomínio seja território mais amplo que o privado, as dimensões da camada de ozônio, proteção da biodiversidade e mudança climática eram as portas de entrada de uma arrojada proposta mundial de se valorar o ambiente. Ainda em plena construção, foram convidados 6 debatedores internacionais para discutir a proposta, mas para além disso, tecer considerações sobre as diversas especialidades oriundas de diversos países.
    Honrava o evento a presença do sheik da Arábia Saudita, que superando minhas expectativas em relação à realeza, dava pistas claras que sua visão ambiental associava-se à injustiça social. De fato, os debates calorosos durante o evento reportaram os Direitos Humanos como condição sine qua non de sustentabilidade planetária. A proposta ainda está em plena construção, e no início tive certa dificuldade em compreendê-la, pois me parecia uma mistura de várias propostas, como a ênfase na economia e biodiversidade da avaliação ecossistêmica do milênio, mas também havia ligação com a inusitada teoria Gaia de Lovelock. De tudo, o que se fazia nítido era o desejo de salvaguardar um planeta já em estado avançado de deterioração socioambiental.
    O evento aconteceu no auditório do Parque Biológico de Gaia, um espaço deliciosamente bem cuidado que agrega um bom alojamento aos visitantes, zoológico, horto florestal, fazenda sustentável e alguns museus temáticos muito bem feitos do ponto de vista científico e tecnológico.
    De Porto, parti para Leiria, um município muito bonito com muitos atrativos turísticos, como catedral, castelo, ruas medievais ao lado de prédios modernos, arquitetura contemporânea e a estética entre o velho e o novo da paisagem europeia. O espaço central, entre o teatro municipal, o mercado e as ruas periféricas foram tomados pelos participantes da XX Jornadas da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA)[2], organismo que anualmente promove os encontros dos educadores ambientais, além de coordenar alguns projetos socioambientais com muito talento.
    Convidada oficialmente como representante da Plataforma de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DHESCA), minha conferência de encerramento trouxe a dimensão de SOCIEDADES sustentáveis, no contraponto ao DESENVOLVIMENTO sustentável.
    Em 2005, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) lançava a década do “desenvolvimento sustentável” na Europa, e a ASPEA promoveu o encontro me convidando para debater a orientação mundial que se apresentava confusa, já que além de fixar um período de 10 anos, direcionava a educação para apenas um determinado fim: o desenvolvimento. A análise foucaultiana diria que a Unesco quis controlar o que pode ser dito numa certa época para filtrar os perigos e as possíveis subversões que poderiam aparecer. Convém sublinhar que a educação é atemporal, isto é, ela é um processo duradouro e não se limita aos períodos temporais fixos.
    Foi exatamente a noção desenvolvimentista que trouxe as desigualdades sociais, com autorização absoluta da destruição da natureza, já que esta representava o primitivo selvagem e a ordem (e o progresso) era ancorada na modernidade urbana. Em nome deste desenvolvimento, diversas agressões foram cometidas contra a natureza, que na maioria das vezes trazia consequências desastrosas aos grupos humanos economicamente desfavorecidos, em completa violação dos direitos humanos.
    Mas o jargão “desenvolvimento sustentável” conseguiu ser hegemônico: virou discurso cotidiano aos jovens sufistas, aos sindicalistas de esquerda, aos movimentos sociais e inclusive aos latifundiários, eliminando as diferenças, mascarando o antagonismo ideológico das identidades dos sujeitos. Pasteurizou-se o conceito, na supremacia de um discurso que ainda encerra o velho capitalismo, mas agora com nova roupagem.
    De fato, após 7 anos do lançamento da década da UNESCO, pouco se fez ou se concretizou em termos desta educação direcionada ao desenvolvimento sustentável, e foi na América Latina que a Unesco encontrou mais resistência. Podemos ignorar a orientação hegemônica da Unesco, mas ela não conseguiu nos ignorar. A educação ambiental assim se fortaleceu, já que no contexto histórico nietzschiano “o que não nos mata, nos fortalece”. Seus belos frutos continuam palpitando e mostrando a beleza nas XX Jornadas da ASPEA, que não se sucumbiu ao poder hegemônico e permaneceu viva e dinâmica.
    No Brasil, a educação ambiental é pautada na premissa de que onde há um crime ambiental, há também um crime social que atinge os grupos sociais vulneráveis. É no contexto de tentar proporcionar possiblidades de escolhas que os direitos humanos têm sido sublinhados nas agendas de compromissos dos educadores ambientais. Obviamente há que se lembrar que há várias leituras da educação ambiental, assim como diversos grupos atuantes de direitos humanos. É na diferença que se constrói a cidadania, ainda que pelos diálogos tensivos de quem não mais deseja a mediação pedagógica, pois reconhece que a sociedade democrática é tensiva por causa de suas diferenças. Se a proteção da biodiversidade é um completo consenso entre os educadores ambientais, talvez esteja na hora de enfrentarmos com mais seriedade sobre a diversidade étnica, sexual, cultural, social, econômica ou espiritual. São bandeiras de lutas que aproximam a educação ambiental dos direitos humanos, e em suas dimensões mais amplas que transcendem o antropocentrismo, fazendo emergir também os direitos da Terra.

    Michèle Sato é líder do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)


    [1] http://www.earth-condominium.org/en/
    [2] http://www.aspea.org/

    Friday, 7 December 2012

    É PRECISO OUSAR MUDANÇAS

    pátio - revista pedagógicaNovembro 2012Número 64, p. 18-21http://www.grupoa.com.br/site/revista-patio/artigo/7853/e-preciso-ousar-mudancas.aspx

    É PRECISO OUSAR MUDANÇAS

    Michèle Sato tem licenciatura em Biologia, mestrado em Filosofia, doutorado em Ciências e pós-doutorado em Educação. A diversidade em sua formação acadêmica tem contribuído para que ela lance um olhar aguçado sobre as questões ambientais, principal foco de seu trabalho.

    Atualmente, é professora do Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e líder do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA). Também participa da comissão nacional da Plataforma de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DHESCA) na relatoria de meio ambiente. “Partimos do pressuposto de que, toda vez em que há um crime ambiental, há também um crime social, e as agressões ambientais causam maiores impactos nas camadas mais pobres ou nos grupos sociais vulneráveis”, explica. “Para além de direitos humanos, é preciso considerar a destruição da vida não humana e todo o suporte da natureza. Assim, a escola precisa fazer emergir a importância dos Direitos Humanos e da Terra, debater a temática, rever sua função social, enxergar para além dos seus problemas intrínsecos e envolver-se nos dilemas da sociedade”, afirma.

    Leia a entrevista concedida à Pátio Ensino Fundamental. 
    Termos como “sustentável” e “sustentabilidade” são hoje repetidos à exaustão, embora muitas pessoas desconheçam seu real sentido e este acabe perdendo-se ou sendo interpretado de maneira equivocada e reducionista. Como a senhora define sustentabilidade?
    O termo sustentabilidade parece ter sido banalizado não apenas porque é repetido à exaustão, mas porque é repetido por um grupo grande de pessoas das mais diversificadas áreas do conhecimento ou de atuação. Perdeu-se, assim, a identidade de quem está referendando o termo, já que se tornou um “jargão” pasteurizado em todas as áreas. Tecnicamente, a sustentabilidade é compreendida como algo durável que tenha a interface das três dimensões — economia, sociedade e ambiente —, mas acabou tornando-se um discurso vazio, porque as três dimensões estão apenas no nome, já que na prática muito pouco se concretiza. Pessoalmente, compreendo que a sustentabilidade deve incluir dois grandes destaques: a inclusão social e a proteção ecológica. A economia é subjacente a isso, assim como tantas outras essencialidades, como a educação, as ciências, a habitação, a espiritualidade e outras dimensões que chamamos de “qualidade de vida”.
     
    Na maior parte das escolas, essa questão não fica muito clara. O que seria uma escola sustentável?
    Uma escola sustentável almeja inclusão social com proteção ecológica. Alguns exemplos: um jogo de cores e luzes naturais no pátio da escola para que os surdos também possam cantar; uma exposição de cartuns ambientais em Braile para os deficientes visuais; rampas de madeira para os cadeirantes, em vez de concreto. E também uma bioarquitetura de aproveitamento das águas da chuva, conforto térmico, horta escolar ou trabalhos sobre a importância da alimentação livre de agrotóxicos. Trata-se de uma escola que sabe ouvir a comunidade e junto com ela elabora um projeto ambiental escolar comunitário, correspondente às identidades ali pulsantes: fenomenologicamente correspondente à realidade da escola, mas essencialmente estabelecendo um compromisso social e ambiental. Tem a organização de um currículo não mais hegemônico, e sim baseado no contexto de cada biorregião: educação indígena, quilombola, do campo e da cidade, entre tantas outras educações possíveis e dialogantes.
     
    Há décadas se vem falando em ecologia, educação ambiental, sustentabilidade, mas percebe-se que os professores têm pouca informação. Além disso, tais questões ainda não são bem-trabalhadas no currículo das escolas. O que é necessário fazer para mudar esse quadro?
    Há mais de mil anos falamos em matemática, geometria ou física, e não é verdade que tenhamos o sucesso dessas áreas nas escolas. A língua portuguesa, por exemplo, dispõe de uma enorme carga horária em relação às demais disciplinas, mas nem por isso as pessoas falam ou escrevem com gramática respeitável. A educação ambiental não é nenhuma ilha isolada em um continente educativo em crise sistêmica. Não é possível ser vencedor na educação ambiental se houver violência nas escolas e altos índices de evasão ou repetência. Existe um mosaico de tecido global na tessitura coletiva de pontos e nós, franjas e desenhos que conferem ligações entre pontos e linhas. Teremos de cuidar da escola — e basicamente da educação como um todo — se quisermos alcançar as mudanças desejadas. E, para isso, os pequenos pontos que a constituem devem trabalhar conjuntamente. Não há um ou outro culpado, nem uma ou outra área que seja bem-sucedida. O tecido educativo é o conjunto desses erros e acertos.
     
    O que é preciso para que a escola seja formadora de cidadãos preocupados com a sustentabilidade do planeta?
     É preciso mudar a sociedade, ver a escola em seu âmbito, acreditar mais nos jovens, ousar mudanças, rever posturas, frear consumos, mudar estilos de vida, aprender a ser solidários. Estamos falando em mudar o modo como fomos criados, abandonar hábitos tradicionais, inovar e ser capazes de caminhar em outra concepção de mundo. Isso demora um pouco, por mais que os educadores ambientais tenham pressa em salvar o planeta cada vez mais ameaçado, mas a violência socioambiental existe justamente porque adotamos esses modelos insustentáveis de vida.
     
    Muitas escolas abordam pontualmente a sustentabilidade e a educação ambiental, ou seja, com atividades sobre o Dia da Árvore, o Dia da Água, a coleta seletiva de lixo, mas a sustentabilidade não está inserida em seu projeto político-pedagógico. As ações pontuais são válidas?
    As ações pontuais são interessantes, algumas vezes, porque despertam interesse pelo tema e fomentam algum debate, por mais irrisório que possa parecer. O Dia da Árvore (21 de setembro) deste ano foi celebrado com milhares de fotografias compartilhadas no Facebook. Parece ser uma atitude tola, mas foi interessante ver tantas páginas com árvores diversas. Contudo, não sendo um processo educativo, isso tem um papel pequeno frente à profundidade das mudanças necessárias no mundo. Nosso perfil imediatista e talvez pragmático aceita essas ações porque são visíveis e rápidas, porém a guinada conceitual de mudança socioambiental é lenta. Cumpre sempre destacar, todavia, que há um movimento em marcha, com vistas a construir projetos político-pedagógicos que saiam de meras datas e se enraízem em propostas pedagógicas mais processuais. No futuro, todo dia será o dia das mulheres, dos índios ou do Zumbi!
     
    Haveria exemplos de escolas que desenvolvem um trabalho voltado à sustentabilidade?
    Conheci muitas na Inglaterra, onde surgiu o termo “escolas sustentáveis”. Inúmeras escolas realizam não só a coleta seletiva de lixo, mas também exposições de desenhos e pinturas, enfatizando a bioarquitetura e a alimentação orgânica. Há belas experiências no Canadá, com a mitologia indígena. Os rituais são reproduzidos nas escolas e as hortas seguem uma lógica indígena, que garante o que eles chamam de land education, ou seja, uma educação mais próxima da terra. No Quênia, para não citar apenas os países ricos, conheci algumas escolas rurais que faziam plantações em rotação de culturas. Aproveitavam tudo e dispunham de enormes contêineres para captação de águas da chuva. Havia também uma espécie de tubulação que aproveitava o vento para girar moinhos usados na secagem das sementes para a merenda escolar. Pela condição socioeconômica, a bioarquitetura era escassa, e a ênfase estava na alimentação sem agrotóxico. Há outras boas iniciativas que não carregam essa nomenclatura em todo o mundo, mas são poucas, infelizmente, como é o caso brasileiro.
     
    Existe alguma experiência em nosso país que mereça ser citada?
    Há algumas vivências boas aqui e acolá. Ainda que sejam poucas, observa-se um movimento em percurso, acenando a emergência das mudanças necessárias. A proposta brasileira de escolas sustentáveis veio da inspiração inglesa, quando a coordenadora geral de educação ambiental do MEC, Rachel Trajber, esteve lá visitando escolas. Em Mato Grosso, a universidade federal (UFMT) e a secretaria de educação (SEDUC) aliaram-se, e já começamos o processo de formação de professores e jovens que se associam em coletivos (COM-VIDAS). Uma parceria com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) está em planejamento, e pretendemos construir duas escolas maravilhosamente sustentáveis. Nosso objetivo será calcular a pegada ecológica do município de Cuiabá e iniciar um amplo processo educativo contra o consumo, uma vez superado o problema da fome — pegada ecológica é um indicador de qualidade de vida mais abrangente que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que pode mensurar também o consumo individual Ainda estamos engatinhando nessas propostas, mas tenho esperanças de que teremos belas vivências ecopedagógicas na escola e fora dela.
     
    Recentemente, o Brasil sediou a Rio+20. Como a senhora avalia os resultados desse evento?
    Um retrocesso de 20 anos, uma “Rio menos 20”. Uma triste constatação de que a economia triunfou nos debates ambientalistas, trazendo a vã ilusão de que a natureza só pode ser vista por seu poder “recursista” de uso e acúmulo do capital. Foi um momento vergonhoso de constatação de que muito pouco foi feito em prol do ambiente pelos governantes, e não apenas do Brasil, mas do mundo todo. Temos testemunhado uma derrota após a outra: Belo Monte, transposição do rio São Francisco, aprovação do Código Florestal e tantas outras mazelas que assolam a natureza e as pessoas mais pobres, vulneráveis ou invisibilizadas de nossa sociedade patológica. É preciso mudar esses cenários para que o cuidado socioambiental seja possível.
     
    O que a senhora diria aos professores que se preocupam com o presente e o futuro do planeta e querem dar sua contribuição, mas não sabem o que fazer?
    Eu diria que não existe uma receita pronta a ser seguida, mas sim tentativas para mudanças. Que a escola não está isolada e que o sistema em crise precisa ser repensado à luz de uma complexidade de pontos e linhas que formam o tecido educativo. Que as pequenas ações realizadas somam-se e ecoam diferentemente em cada região. Um projeto, uma aula ou um debate ambiental podem parecer pequenos frente às atrocidades do mundo, mas tudo isso se magnifica quando consideramos a escola como centro de um universo local, articulada com a sociedade e com as mudanças, em vez de apenas aguardar passivamente pelas mudanças que a sociedade nos impõe. Também diria que existem inúmeras publicações, materiais, estratégias educativas e roteiros que oferecem diversas possibilidades para que a escola seja um espaço mais atuante e progressista no tocante às dimensões ambientais.
     
    As escolas, assim como as indústrias, poderiam ser envolvidas nas discussões sobre os créditos de carbono?
    Penso que a economia verde está enganando certos professores, tentando fazer parecer que os serviços ecossistêmicos são a grande solução do século XXI. Um dos grandes desafios educativos para o tratamento da mudança climática é que as pessoas não percebem o fenômeno climático com nitidez. Isso as desmobiliza, e algumas chegam inclusive a duvidar que a escassez da água seja um problema mundial. Por isso, a pesquisa torna-se importante na escola para que conduza alunos e professores a descobrir novos mundos, e não meramente reproduzir discursos. Depois da Rio92, o Brasil pautou a economia nos modelos de desenvolvimento. Houve retrocessos tremendos, não apenas ambientais, mas também sociais. Entrar na pauta dos créditos de carbono é meramente continuar uma política desenvolvimentista que só destruiu o planeta. É preciso ir além da economia!

    Créditos da imagem:
    Foto: Luigi Teixeira de Sousa/divulgação
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    ‘Yearning for a more beautiful world’: Pre-Raphaelite and Symbolist works from the collection of Isabel Goldsmith

    https://www.christies.com/features/pre-raphaelite-works-owned-by-isabel-goldsmith-12365-3.aspx?sc_lang=en&cid=EM_EMLcontent04144C16Secti...