the house carried heavy
moonlight snail
sometimes moving so gloom
dreaming on the afternoon
~ a snail tanka by mimi
[nov08]
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nov2008
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CARTOGRAPHY
an exquisite corpse between
Mimi & Nathan
I started the poem, Nathan has finished without knowing the previous part.
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Compass thinking pronounces
the north is always the steer
it forgets the labyrinth on the west
or the sun shining on the east
but to the south,
on its sense and non sense
life randomly exists over the corners
and the square makes circular love
To me, I had seen no contours
no wondrous squiggles to take back
my dissonant laughter.
all these confused elements
of the ethereal mind-map.
so, let me see past
those paint-drop trees
let me see into your cartography
(sept08)
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EM-CANTO
~mimi (para Regina Silva)
Contava os dias
As horas que custavam a passar
No maldito ponteiro
Que Chronos quis perpetuar
Somava incompreensões
Nascer, afinal
Seria por si
Viver em apreensões?
O chão esvaziava
Faltava algo para pisar
Sentir-se segura
Sarar-melhorar-curar
Hospital, injeções, porões
O corpo instituído
Queria a paz
Cansado de tanto ruído
Queria uma verdade
Ainda que inventada
Porque só assim, talvez
A vida fosse cantada
Mas para superar a dor
E vencer as dores da alma
É preciso esperar um tanto
Para ressurgir em-canto!
(abr08)
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RENGA é um estilo de poesia japonesa entre dois ou mais poetas acerca de certo tema. Pode ser em forma de frases, versos ou haikai. Em uma madrugada de junho, encontrei-me com o JIDDU, meu grande mestre haikaista! E passamos horas construindo este RENGA.
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RENGA CARACOL
-- jiddu saldanha & michèle sato --
o caracol me olha
com seu mistério silencioso
antenado
o caracol me gosma
com sua solidão enrolada
espiral
sob uma espiral
o caracol se move lendo
chegou o inverno
folhas caindo
casa se move lenta
caracol esquenta
faz frio na cidade lenta
nos telhados, antenas frias
e um caracol
no flash do instante
dois caracóis antenados
brincam haikai
movem-se a distância
dois caracóis numa árvore
folhas de inverno
linguagens na net
jogos de sóis
caracóis
(JUN08)
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A imagem “CARA-COL” foi feita por 4 mãos e dois corações ciganos: Aluízio & Cícero, amigos queridos que me fizeram uma linda homenagem por meio da arte do desenho. Como tentativa de agradecimento (reconhecendo os limites) tentei responder-lhes na viagem cigana, de travessias erráticas entre os 4 elementos que se fundem com o rito e o mito. Lendo Garcia Lorca, encontrando imagens ciganas de Dali, e essencialmente na leitura da pesquisa do Aluízio, tentei descrever a identidade cigana. Por meio da sensualidade das máscaras, da paixão e cujos nomes dos pintores expressam seus símbolos por eles mesmos, meu enorme:
MUITO OBRIGADA!
FRATERNURAS, TESÕES E LIBERDADE!
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imagem: Aluizio & Cícero
texto: Mimi
I. ÁGUA DE MONET
na água que deslizava suave
a espuma levava o esperma
azul na travessia de amar
com o rio encontrando o mar
II. AR DE MAGRITTE
uma brisa tocava os peixes
e o beijo assim foi dado
primeiramente pelos olhos
como nuvens sem ferrolhos
III. FOGO DE VAN GOGH
o vento assoprou a chama
e o lume errático explodiu
como se a paixão imanente
queimasse em mito ardente
IV. TERRA DE DALÍ
encontrou o óvulo em cores
no erotismo no meio do barro
e na terra livre que fecundou
o caracol andarilho assim amou
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Carinhosamente ilustrado pela Soninha
à minha identidade manoelita
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MULHERES DE MATA CAVALO
Imagem: Imara Quadros
Texto: Michèle Sato
Na frágil história exposta
Mulheres líderes assumem
A luta que não se cansa
Se a dor queima
O sorriso teima
Tímido tom purpúreo
Se a agonia arranha
A mão em luta acaricia
Intenso matiz róseo
Na fé cotidiana
Vigílias e desvelos
No pulsar
(abr08)
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RAINHAS NEGRAS
Imagem: Imara Quadros
Texto: Michèle Sato
Rainhas negras
Com coroas douradas
Nas vidas passadas
Um dia amordaçadas
Rainhas negras
Com lágrimas de dor
Lutando pela flor
Sem batons, nem sabor
Rainhas negras
Hoje em seus mares
Perfumes, cores
E também amores
(abr08)
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ABSTRACT DREAMING
Image: Derek Carlson
Text: Michèle Sato
It is raining without rainbow
and the puddle is too full
some goldfishes breach the surface
making bubble, stopping gaze
or swimming so graceful
A tiny steam
leaves the surface
as a surreal painting so fair
The brush of the paint
makes the sky red
and the beauty explodes in the air
It is a parade of colors
feelings, sensation and esteem
wondering whisper as a wind
approaching to the flame of love
sex, desires and abstract dream
(October07)
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CARACOL ECOLOGISTA
(Texto e imagem de Michèle Sato)
uma paisagem da geografia;
uma vida da biologia;
uma práxis da pedagogia;
e um olhar da filosofia,
Lá, onde o azul toca o verde
na poeira das estrelas
e no cheiro das gramíneas
uma lenda se move e um mito se abre
na estação propícia que a terra acaricia
Diálogos Fecundos, Espontâneos, Mágicos...
No aceitar a pressa
para florescer no ócio
na sensível escolha
que amanhece sem teto
e adormece sem chão
no tempo que vaza
na incerteza do alicerce
na memória do amor
Assim o Caracol caminha
protegido em sua dureza
sorrindo em sua moleza
para que o ardor da promessa
seja o acalento da esperança
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Lancei meus sonhos
como um menino içando pipas...
No azul do céu,
ele lambeu algodão doce,
viajou em estrelas
e voltou na linha
do horizonte de esperanças
(Para Ronaldo Senra, meu pedagogo querido)
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na dança
em círculo
o mito
a esfera criava
Eros, o amor
no cósmico
desenho
o rito
o cometa voava
Orpheu, o canto
pela vida
o grito!
(Para Herman de Oliveira, meu músico querido)
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MATA CAVALO
A memória percorre
entre barbáries
a dor
sangues frios
nas vagas ondas de navios negreiros
a herança
A estrada prossegue
entre pelejas
a luta
lâminas frias
nos opressivos poderes espinheiros
a intemperança
A partilha revive
entre diálogos
o pão
águas frias
nos territórios quilombos justiceiros
a esperança
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https://www.christies.com/features/pre-raphaelite-works-owned-by-isabel-goldsmith-12365-3.aspx?sc_lang=en&cid=EM_EMLcontent04144C16Secti...